top of page
  • Auster Tecnologia

Entenda as Tecnologias de Taxa Variável


O crescimento atual da população nas últimas décadas tem criado a necessidade de aumento da produção de alimentos. Essa ascendente demanda gera a necessidade de maiores produtividades em campo, algo que se não for suprido, pode gerar escassez de produtos e acarretar no aumento de preços, abrindo margem para problemas econômicos. Em um país que depende em grande parte da economia agrícola como Brasil, este tipo de impacto não pode ser tolerado e deve ser evitado a todo custo.

Além disso, esta crescente necessidade por produtos agrícolas, concomitante aos avanços tecnológicos, tem gerado um mercado cada vez mais competitivo. Desta maneira, aqueles que desejam possuir uma vantagem competitiva devem buscar pontos em que se pode implementar melhorias nas atividades realizadas atualmente de modo a aumentar o rendimento dos cultivos e diminuir os custos de manejo através de, por exemplo, o uso de técnicas de Agricultura de Precisão (AP).


Taxa variável


A tecnologia de taxa variável (VRT) surgiu com o intuito de tornar possível a atuação localizada sobre as mais diversas variáveis do campo, permitindo a uniformização da capacidade produtiva do talhão. Este método funciona baseado no princípio que, ao invés de se aplicar uma taxa média fixa estipulada, a vazão do produto é ajustada conforme as mudanças nas necessidade locais. Esta tecnologia, quando aliada à uma correta metodologia de análise e aplicação, traz ótimos resultados para o campo, reduzindo custos e desperdícios, aumentando a produtividade e otimizando as condições gerais do talhão.


Figura 1: Exemplos de equipamentos capazes de variar a taxa de distribuição de sólidos e pulverização de líquidos. Acima: Aplicador a lanço Lancer 12000 Jan; abaixo: Pulverizador M4025 John Deere (fontes: Jan e John Deere).


A taxa variável pode ser empregada em qualquer atividade do campo que envolva o uso de taxas específicas e que têm impacto direto na produtividade e lucro finais. Esta tecnologia já é usada para a variação de taxas de plantio (sementes), fertilizantes, corretivos de solo, defensivos, dessecantes e reguladores de crescimento.


Deve-se atentar que o principal fator quando se opta por utilizar a variação de taxa é a presença de disparidades significativas no campo, tornando essencial a análise de características químicas e físicas do solo e do plantio por métodos de agricultura de precisão como mapeamentos aéreos, imagens de satélite e coletas de de amostras de solo para análise laboratorial.


Figura 2: Representação de um mesmo talhão de acordo com: a necessidade real de insumo obtida por mapeamento de solo, uma aplicação a taxa fixa e uma aplicação a taxa variável. Nota-se que a aplicação em taxa variável responde às demandas locais de forma mais eficiente.


Os primeiros usos desta tecnologia datam dos anos 1980, nos quais se mantinha a vazão de saída constante dos implementos, porém variava-se a velocidade de deslocamento da máquina para alterar a quantidade aplicada em cada área. Isto permitia uma variação simples da dosagem, porém dependia integralmente da capacidade do operador em saber quais locais demandavam diferentes quantidades.


Desde então, com o advento do sistema de posicionamento global (GPS) e dispositivos capazes de variar a vazão de diversos produtos, a tecnologia da aplicação a taxa variável vem evoluindo em conjunto com avanços nos ramos de geoprocessamento, análises químicas, sensoriamento remoto e aeronaves remotamente pilotadas (ARPs).

Além disso, a pressão do mercado agrícola por maiores produtividades tem impactado diretamente no mercado de máquinas que utilizam a tecnologia de taxa variável. De acordo um relatório da empresa MarketsandMarkets®, o mercado global de VRT era avaliado em US$ 1,31 bi em 2016. Com a taxa de crescimento anual composta em 9,64%, a projeção de valorização para o ano 2022 é de que este valor chegue a US$ 2,24 bi, mostrando que o uso desta tecnologia será a normativa na agricultura a partir dos próximos anos.


Funcionamento básico

A aplicação em taxa variável começa no mapeamento da lavoura, o que pode ser feito de diversas formas, dependendo do insumo a ser aplicado. Na maior parte dos casos, o agricultor contrata uma empresa especializada em agricultura de precisão para que a mesma realize uma série de amostragens de solo em pontos específicos da lavoura. Normalmente essas amostras são distribuídas de maneira homogênea na área, mas em alguns casos podem ser direcionadas de acordo com um zoneamento prévio realizado com auxílio de sensoriamento remoto, o que pode tornar essas coletas mais eficientes.

O número total de amostras coletadas irá depender do nível de detalhamento pretendido. Um número maior de amostras irá gerar um mapa mais fiel à realidade da lavoura, porém terá custo logístico e laboratorial maior. Uma forma mais recente de mapeamento é a utilização do sensoriamento remoto. Essa ferramenta se mostra muito viável em diversos casos, especialmente quando a amostra de solo não fornece as informações necessárias em tempo hábil. Como exemplo, podemos citar a aplicação de nitrogênio, herbicidas, nematicidas, sementes e reguladores de crescimento com taxa variável. Todos estes casos podem ter suas recomendações baseadas em imagens de satélite, aviões ou drones, sem a necessidade de amostragem de solo.

Com os dados necessários em mãos, a próxima etapa consiste em interpretá-los e prescrever uma quantidade específica de insumo para cada ponto do talhão. Esse processo pode ser feito manualmente ou de forma automatizada utilizando softwares especializados em agricultura de precisão. Por fim, essas taxas de aplicação são convertidas em um arquivo digital compatível com o computador de bordo do equipamento que será utilizado na tarefa de aplicação, sendo na maior parte dos casos um arquivo no formato shapefile, que é compatível com a maioria das marcas do mercado.

Devidamente configurado, o computador de bordo irá utilizar dados de posicionamento global (GPS) para saber a localização exata da máquina e consultar no mapa de prescrição qual a taxa exata que deve ser aplicada naquele ponto. Uma vez determinada a taxa, o computador envia sinais aos atuadores que fazem a regulagem de vazão, que podem ser motores elétricos, motores hidráulicos, válvulas, entre outros.


Figura 3: Fluxo de trabalho relativo ao uso de tecnologias de taxa variável . O arquivo de prescrição é salvo em um pen-drive e utilizado no computador de bordo do equipamento.


Como já comentado, o uso do sensoriamento remoto e drones para prescrição de insumos pode tornar a agricultura de precisão ainda mais viável. Em testes realizados pela nossa equipe, percebemos que utilizando taxa variável de nitrogênio conseguimos obter aumentos significativos de produtividade sem aumentar o uso de insumos. Além disso, é possível reduzir significativamente o uso de herbicidas e nematicidas, viabilizando manejos mais eficientes, evitando desperdícios financeiros e aproveitando ao máximo o potencial tecnológico dos equipamentos disponíveis.


Por fim, os benefícios oriundos da utilização desta tecnologia são diversos. Do ponto de vista econômico, aplicar as dosagens certas para cada área implica na redução de custos na compra de insumos, além de prover às plantas somente aquilo que é necessário, gerando maiores produtividades por hectare.


Esta racionalização no uso de insumos agrícolas também ajuda a diminuir o impacto ambiental dos processos de manejo de uma plantação. Ainda, se o produtor deseja uma melhor visualização destes benefícios, pode-se fazer uma análise temporal ao longo de diversas safras para avaliar características de um campo ou cultivo para que haja um aperfeiçoamento contínuo.


Somos especialistas em prescrição de insumos nitrogenados utilizando sensoriamento remoto! Caso queira saber mais sobre o nosso trabalho e como podemos ajudá-lo, entre em contato com um de nossos representantes clicando no link abaixo.

Gostou desse artigo? Compartilhe com quem você acha que precisa ler também!


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Fale com um dos nossos representantes:
bottom of page