- Vinícius Santos Pereira
O que é a Agricultura de Precisão
A Agricultura de Precisão (AP) é um método de gerenciamento agrícola que se apoia no conhecimento da lavoura através de informações quantitativas de solo, produtividade, aplicação de insumos, manejos e plantios realizados, dentre outras. O objetivo é conhecer a lavoura, com todas suas variabilidades de espaço e tempo, para realizar o manejo de solo, insumos e culturas de modo a contornar tais variações espaciais e temporais e atingir uma produção mais eficiente.
Figura 1: A Agricultura de Precisão não é definida por uma única técnica, mas sim por um sistema diferenciado de gestão e combinação de metodologias que envolvem desde a análise do solo, acompanhamento do cultivo e avaliação da colheita.
Esse método permite alcançar tais aumentos de eficiência de duas formas distintas, dependendo da estratégia adotada pelo agricultor. Uma abordagem é focar na redução de gastos com insumos e manter uma produtividade normal e a outra é buscar melhorias na produtividade sem aumentos significativos do investimento.
Sendo assim, a Agricultura de Precisão tem como principais benefícios reduzir o risco inerente ao investimento, pois permite que o produtor tenha maior conhecimento do que será investido e principalmente do retorno que será obtido, além do menor custo de produção, maior produtividade e menores danos aos meio ambiente, uma vez que reduz o excesso de insumos que não são aproveitados pelo cultivo e que permaneceriam no ambiente. Em resumo, a AP proporciona uma produção mais eficiente, homogênea e sustentável a longo prazo.
Figura 2: Exemplo genérico dos resultados obtidos utilizando métodos de aplicação de insumos com taxa variável (AP) ou taxa fixa (convencional). Pode-se observar uma produtividade mais homogênea utilizando AP, pois os insumos foram alocados em quantidades ideais em cada região da lavoura.
Histórico Mundial e Nacional
A Agricultura de Precisão teve suas primeiras aplicações na década de 1980, impulsionada pela mecanização agrícola na Europa e nos Estados Unidos, com os primeiros mapas de produtividade e aplicações a taxa variável. Porém foi apenas com a liberação do GPS (Sistema de Posicionamento Global) para uso civil em meados de 1990 que a prática passou a ser uma opção viável aos produtores. Outro fato impulsionador da AP foi a melhoria de precisão do GPS ocorrida em maio de 2000, isso dispensou a necessidade de investimentos em sistemas de correção e proporcionou o surgimento de receptores de navegação de baixo custo.
As primeiras pesquisas e aplicações de Agricultura de Precisão no Brasil foram executados na segunda metade da década de 1990 e logo após, nos anos 2000, houveram grandes expectativas de crescimento da atividade com a disponibilidade de colheitadeiras equipadas com GPS e sensores de produtividade (monitor de colheita). No entanto esse cenário não se concretizou, foi apenas a partir de 2005 que a AP teve crescimento expressivo juntamente com as empresas de consultoria e serviços. Uma pesquisa realizada pelo Kleffmann Group no ano de 2013 mostrou que cerca de 45% dos agricultores brasileiros utilizam alguma técnica de AP, com maior concentração na região Centro-Oeste do país, e as soluções mais comuns estão focadas na aplicação de fertilizantes e corretivos em taxa variável.
Sensoriamento Remoto e Drones
Juntamente com as técnicas de Agricultura de Precisão, surgiram as aplicações do Sensoriamento Remoto da Vegetação, que basicamente consistem em obter informações sobre as plantas e o solo através de leituras radiométricas com sensores ópticos. As imagens de satélite e leituras de sensores terrestres embarcados em tratores foram amplamente utilizadas para encontrar foco de problemas, medir biomassa, teores de clorofila ou até mesmo a produtividade potencial do cultivo.
Figura 3: Sistema GreenSeeker®, sensor proximal utilizado para obter valores de Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI).
Recentemente vem aumentando a popularidade de uma tecnologia que é capaz de levar a Agricultura de Precisão ao um novo patamar: a geração de diagnósticos e prescrições através de sensoriamento remoto com drones. Comparando o uso desta ferramenta com outras formas de sensoriamento remoto, percebe-se que existe um grande ganho de precisão, confiabilidade, resolução e redução de custos. Essa tecnologia permite a criação de soluções acionáveis e precisas, que oferecem retornos financeiros diretos já na primeira safra, além de ser um excelente complemento para os mapas de fertilidade criados através de amostragem de solo, possibilitando, por exemplo, a geração de prescrições com taxa variável para aplicação de nitrogênio, o nutriente utilizado em maior quantidade na agricultura, mas que não pode ser prescrito utilizando amostras de solo.
Figura 4: Exemplo de mapa de taxa variável de nitrogênio gerado com auxílio de imageamento aéreo com drone.
A Auster Tecnologia trabalha para ajudar no desenvolvimento e difusão da Agricultura de Precisão. Nossa equipe desenvolve diversas aplicações que ajudam a aumentar significativamente a rentabilidade das lavouras. Quer saber mais? Entre em contato conosco ou comente sua dúvida na área de comentários abaixo deste texto.
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